O CORPO SENTE E FALA
- Janaina Sperling Velloso
- 1 de nov. de 2021
- 2 min de leitura

Vamos falar do corpo que sente, que fala, pois o “normal" é que a gente cresça e se esqueça disso.
Desde a infância muitas vezes ouvimos aquele “tira a mão daí, menina”, “fecha as pernas”, “isso é feio, é sujo”, “isso não é coisa de menina direita”, e todo o reforço do contexto histórico, cultural, religioso e patriarcal de que conhecemos, tocar e honrar o nosso corpo enquanto mulheres é errado.
Acontece que o sentir é intimamente ligado à natureza feminina. Uma mulher que não se permite, que não consegue sentir, está desconectada de si mesma, e não é raro que muitas de minhas interagentes (é como chamamos pacientes na naturologia) se encontrem assim quando chegam ao meu consultório.
Nosso corpo é sagrado, é um instrumento de transcendência, e mais do que pensar sobre as experiências, é preciso sentir e vivenciá-las.
Toda a nossa história está registrada no corpo. A nossa herança genética, as marcas do tempo, o que também engloba traumas e bloqueios vividos por você (quer você tenha consciência deles ou não), crenças limitantes que se manifestam a nível físico em forma de couraças, além dos registros que você traz da sua ancestralidade, ainda que de forma inconsciente.
Tudo está no seu corpo, , tanto o que ainda te impede de acessar a sua essência feminina e despertar a sua energia sexual/vital/criativa quanto a sua capacidade de se libertar, transcender, e ressignificar a relação com você mesma, com a sua autoestima, seu autoamor e com o seu bel-prazer.
Nessa cultura de produtividade em que vivemos, muitas vezes acabamos esquecendo de cuidar da alimentação, praticar exercícios, pegar um bom livro para ler, beber um chá quentinho antes de dormir. Rituais de afeto são super importantes.
E não tem receita de bolo, viu? É preciso levar em conta o que você está sentindo no momento e se adaptar, buscar o autoconhecimento. A sua saúde, física, mental, emocional e espiritual deve ser a protagonista do seu processo de autocuidado!
Esta jornada não deve ser racional, mas uma experiência sensível, sensorial, poética, intuitiva e que respeita o seu tempo de mulher, a sua natureza cíclica.
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